[encerrado] CURSO ONLINE | arte, raça e colonização: como entender uma imagem colonial
com Uila de Uilton
SOBRE O CURSO
O curso propõe apresentar ferramentas de leitura das artes coloniais produzidas sobre pessoas racializadas no Brasil a partir dos retratos à óleo de Albert Eckhout feitos entre 1641-43. O método principal consiste em compreender a colonialidade enquanto exercício e produto histórico, buscando perceber a adequação que a raça adquiriu neste enredo e como ela se mostrou representável. Como abordar a raça num período anterior ao cientificismo do século XIX? Qual espécie de classificação racial pode ter funcionado no esquema colonial? A escolha do evento (Ocupação Holandesa 1630-54) e do artista (Albert Eckhout) é pontual, visto que ambos foram recorridos nos séculos XIX, XX e XXI para contribuir com os debates sobre nacionalidade e negritude.
CONTEÚDO
Aula 1: Evidenciando o lugar colonial do Brasil (séculos XVI e XVII)
Apresentação da metodologia do curso. Análise da configuração econômica que se apresentou necessária à colonização brasileira sob a ligação complementar das costas americanas e costas africanas, através do Atlântico. Objetivo: Fornecer critérios para a compreensão da importância do mercado escravista e das guerras para o controle de seu funcionamento.
Proposta de atividade: leitura de algumas fontes e imagens envolvidas com os eventos e discursos da colonização americana.
Aula 2: A parábola do semeador: escravidão calvinista na Ocupação Holandesa
Observação da adaptação neerlandesa ao sistema escravista para manutenção da lógica colonial no período de sua estadia no nordeste brasileiro (1630-54). Objetivo:
Reconstituir o lugar social dado aos africanos no contexto da guerra colonial.
Proposta de atividade: leitura de fontes biográficas de ameríndios, africanos e crioulos envolvidos na guerra luso-neerlandesa.
Aula 3: Os retratos de Eckhout
Pôr em paralelo o contexto colonial onde o artista esteve inserido e sua produção. Objetivo: Encontrar outras perguntas para a produção eckhoutiana, realocando-a segundo sua ordem práticas: Por que? Como? Para quem?.
Proposta de atividade: leitura de imagem dos retratos considerando o artista, seu discurso e o imaginário operante acerca das/dos representadas/os.
Aula 4: O que a história da Arte remeteu a Eckhout?
Resumo do percurso teórico que acompanhou os retratos de Eckhout nos séculos seguintes a suas produções, e análise das compreensões gerais que foram recebendo. Retomada do local histórico que o evento e as obras adquiriram ao longo da historiografia brasileira. Objetivo: Entender o significado das pinturas para o contexto da história nacional e o da história da arte nacional, mesclando-as.
Proposta de atividade: análise de publicações e exposições que retomaram a produção de Eckhout, à exemplo do historiador Adolfo Varnhagen, e das exposições “Brasil dos Viajantes” (1995), “Mostra do Redescobrimento” (2000) e “Histórias Afro-atlânticas” (2018).
SOBRE O PROPONENTE
Uila de Uilton (Uilton Garcia Cardoso Júnior) é bacharel em História da Arte pela Universidade Federal de São Paulo. Trabalha com mediação cultural e pesquisa a adequação da raça na história brasileira. Participou do Experiências Negras no Instituto Tomie Ohtake (2019), do Diversas: encontro sobre ação educativa e diversidades (2018-19) no SESC, SENAC e NÚCLEO LUZ e da Residência de Pesquisa em Arte Contemporânea na Uberbau_House (2020). Já trabalhou como educador em museus e instituições culturais e atualmente integra o Acervo Bajubá e o LGBTT.me, onde investiga as relações raciais na história LGBT paulistana e dirige visitas urbanas no centro de São Paulo em locais relacionados à esta história. Instagram
INFORMAÇÕES
datas: 12, 19 e 26 de Março e 02 de Abril de 2021
horário: Sextas-feiras, das 15h às 17h
carga horária: 4 encontros de 2h cada / 08h totais
acesso: Utilizamos a plataforma Zoom® para os encontros virtuais; o link para acesso é enviado no dia anterior ao início das aulas. Cadastre gratuitamente pelo site ou baixe o App Zoom.
investimento: R$ 200
vagas limitadas
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