[encerrado] CURSO ONLINE | levantar os olhos para a história: a obra recente de didi-huberman
com João Gomes
Napoleon Bonaparte, Hiroshi Sugimoto, 1999.
SOBRE O CURSO
Entre 2009 e 2016, Georges Didi-Huberman publicou seis volumes de uma obra que foi apropriadamente intitulada de O Olho da História. Entre outros trabalhos, iniciou logo após uma cartografia de fôlego sobre a serialidade histórica do que chamou de “sublevação” que ganhou forma na exposição Soulèvements em Paris em 2016, traduzida como Levantes em São Paulo em 2017, e que se desdobra atualmente no primeiro volume da série Ce qui nous soulève intitulado Désirer Désobéir publicado em 2019.
Os questionamentos e as propostas agudas do autor interpelam ao mesmo tempo filósofos, historiadores da arte e historiadores tout court ao inserir como elemento de análise o próprio ponto de vista da ciência histórica, seu olho.
Passando pelas obras de Aby Warburg, Walter Benjamin, Brecht, Goya, Kafka, Pasolini, Harum Farocki, Godard, Eisenstein e Roland Barthes, bem como pela fotografia contemporânea de idosos asilados, de recém-nascidos, de liberação de campos de concentração e do gueto de Varsóvia, Didi-Huberman nos oferece um texto potente e importante, mobilizando mais uma vez ferramentas teóricas que lhe são caras, como a “montagem”, a “exposição”, o “anacronismo” e o pathos. É toda a nossa maneira de ver a História, de ver o mundo e de compreendê-lo através dela que se transforma, assim como o modo de nos colocarmos diante dos acontecimentos que nos circundam. Cada um de nós, individualmente, e todos nós, coletivamente, somos convidados a “tomar posição”, a assumirmos a possibilidade de nos “sublevarmos” e a experimentar a “remontagem” do passado “inquietando” radicalmente nosso presente, “expondo” suas dores, “citando” ao invés de dissertar e “lutando” para, por fim, nos ressituarmos no limiar de uma nova disciplina histórica e de construirmos uma renovada imagem de comunidade e de povo.
Em certo sentido, podemos dizer que a imagens tomam um lugar que há pouco tempo era quase exclusivamente ocupado pelo olhar do historiador sobre elas: “Os levantes, por conta dessa inesgotável multiplicidade demostrada pela história das sociedades humanas, formam, pois, tomados em conjunto, a grande arte política do non finito. Isso para dizer ao mesmo tempo a sua fragilidade constitutiva – ou constitucional: fragilidade de se indefinir com relação [au regard] ao poder – e sua potência propriamente infinita. Potência de vulcões, de ondas, de poeiras em movimento ou furacões.” (D-H., 2019, p. 499).
CONTEÚDO
Aula 1: O que é tomar posição?
Aula 2: Outra maneira de narrar a história: a montagem e a citação
Aula 3: Atlas Mnemosyne e um outro saber da história
Aula 4: Figurantes, Povos, Multidões
Aula 5: As imagens nos ensinam uma outra história política
SOBRE O PROPONENTE
João Gomes é bacharel em História (PUC-SP) e mestre em História Social (Unesp). Dedicou mais de quatro anos de pesquisas em História Medieval na França junto à l’Université de Paris-I La Sorbonne e da École Pratique des Hautes Études. Foi professor substituto na disciplina de História Medieval I na Unesp-Franca, professor especialista visitante na Unicamp onde tratou da “arqueologia histórica da coletividade indefinida na Idade Média” e ministrou cursos na PUC-SP, no CPF-SESC-SP, no MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo) em na Tapera Taperá sobre Georges Didi-Huberman, Giorgio Agamben e Albert Camus. Na Casa Tombada e na La Matrioska-uma escola de luta tratou da obra de Maurice Blanchot, Giorgio Agamben e da sociologia da multidão. É também tradutor e possui publicações acadêmicas em periódicos e obras coletivas no Brasil e na França.
INFORMAÇÕES
datas: 12, 19 e 26 de Abril, 03 e 10 de Maio de 2021
horário: Segundas-feiras, das 19h às 21h
carga horária: 5 encontros de 2h cada / 10h totais
acesso: Utilizamos a plataforma Zoom® para os encontros virtuais; o link para acesso é enviado no dia anterior ao início das aulas. Cadastre gratuitamente pelo site ou baixe o App Zoom.
investimento: R$ 250
vagas limitadas
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