holofote • elton hipólito
Por Camila Marchiori
Publicado em 29 de Maio de 2021
De cidade provinciana para metrópole, em um curto espaço de tempo, São Paulo cresce e se modifica em grande velocidade no desejo lancinante de ser reconhecida como a “máquina que impulsiona o país”.
O processo efêmero, onde nasce e morre quarteirões inteiros, impactam diretamente na produção e investigação de Elton Hipolito. Seu trabalho se desdobra em séries que registram a arruinação que encontra pelo trajeto,
formando um memorial do processo de demolição em curso. Para Elton, essa dinâmica pode ser relacionada à própria mente humana, enxergando a malha urbana como processo de esquecimento, memória e ao sentimento de pertencimento.
Não somente o registro, sua pesquisa desdobra-se no processo de coletar e confeccionar tintas advindas dos detritos de terra e tijolos dos arredores de suas intervenções, reconfigurando em imagens, pessoas que circulam nesse espaço. Conectando a imagem de personalidades locais com a próprio chão que pertence, exaltando as relações da população com o seu local de origem ou permanência.
• Tôas selecionados para realizar as pinturas nas paredes do povoado de Cemitério do Peixe, MG.
• José Rodrigues (Processo): 2016 | Série Habitados pelas Memórias | Tinta preparada com mineral extraído e carvão sobre parede.
• Kaiapó: 2019 | Série Habitados pelas Memórias | Tinta preparada minerais extraídos sobre parede, carvão e tinta acrílica sobre parede.
• Álvaro Viana 39: 2019 | Série Marcas | Tinta preparada com rejeito de minério de Bento Rodrigues-MG e acrílica s/ tela.
• RuÍna Imposta: 2020 | Tinta preparada com tijolos e terra coletados em demolições sobre tapumes e paredes.
• Proletários s/n: 2020 | Série Lacunas da Memória |Acrílica s/ tela.
• Marquês de Pombal 16: 2020 | Série Lacunas da Memória |Acrílica s/ tela.
• Res(is)to: 2020 | Série (In) Rupturas |Tinta acrílica e lápis conté s/ tela.
• “Antes que sua paranóia...”: 2021 | Série (In) Rupturas |Tinta acrílica e lápis grafite s/ tela.
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